quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O hino que faltava


Companheiros, a seleção venceu e convenceu. Convenceu, sim, e por três motivos: foi contra nossos hermanos, tinha um troféu em disputa -e sabemos, brasil e argentina é final de copa do mundo até em futebol de botão; e a torcida foi centro-avante.  

O que mais me admirou foi o uníssono antes do início da partida. O que foi a torcida, após a pausa da reprodução do hino, complementando com sua voz saudosista de boa cantoria de massa? Não conseguirei ver algum brasileiro que não veja isso e não se orgulhe, mesmo que no fundo sinta ódio pelos podres -e convenhamos, o ódio e o amor são siamêses progênitos da paixão. Ufanismo não, realismo visto, comprovado. Empirismo por fato, eram mais de 42 mil pessoas provando aos milionários em campo que uma das motivações mais efetivas pra qualquer esportista (arrisco a dizer ser humano) é a paixão. E este foi o diferencial.

A maioria dos que estavam ali em campo sentem no dia a dia o que é ver os que estão na europa terem privilégios, estarem mais em foco mesmo não jogando nada, e serem convocados, pura e simplesmente porque estão em foco. Uma chance após ser convocado para a seleção, no Brasil, atuando em clubes do Brasil e é uma viagem de bom senso aos princípios das seleções vitoriosas. Ontem, ao se postarem ante dezenas de milhares de pessoas, e ouvirem o uníssono centro-avante, os jogadores da nossa seleção perceberam algo que não há na europa, o Brasil.

Parabéns à torcida, que compensou qualquer carretilha ou gol com apenas uma coisa.

O hino que faltava.
 

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A Carretilha de Damião


Companheiros, o que foi o drible de Damião ante nuestros hermanos agora-perdidos?

O gol, em certas ocasiões, é mero figurante. De menos, como ontem. Segundo tempo frio feito corpo de grã-fina, a saudosa couruda sintética rolava pela direita. O defensor argentino focava a bola com confiança, mas Damião -Leandro Damião, como gosta de ser chamado. Compadeço, poder ser confundido com porteiro é bucha- resolveu cravar a marca de sua fase neste ano em alto garbo.

Com ambos os pés, segurou a bola que estava à frente, soltou-a à altura de suas costas, encobrindo o defensor argentino -cujo deixo no anonimato, para o bem de sua carreira. O hermano está a procurar a bola até então. Não satisfeito, Leandro Damião, ao fim do perdido que deu no argentino, chutou em direção ao gol, pela diagonal, quase encobrindo o goleiro e aterrisando na baliza direita. Mas por capricho e prepotência, a sintética argentina ficou invejosa, não foi com a cara de Damião - desde o primeiro tempo- e não entrou. Aos brasileiros e ao artilheiro do Brasil, resta a prova de que não só sabe se virar dentro da área. A catimba brasileira é a ginga, o drible, a manha.

A argentina é a perda e a busca.