Companheiros, a seleção venceu e convenceu. Convenceu, sim, e por três motivos: foi contra nossos hermanos, tinha um troféu em disputa -e sabemos, brasil e argentina é final de copa do mundo até em futebol de botão; e a torcida foi centro-avante.
O que mais me admirou foi o uníssono antes do início da partida. O que foi a torcida, após a pausa da reprodução do hino, complementando com sua voz saudosista de boa cantoria de massa? Não conseguirei ver algum brasileiro que não veja isso e não se orgulhe, mesmo que no fundo sinta ódio pelos podres -e convenhamos, o ódio e o amor são siamêses progênitos da paixão. Ufanismo não, realismo visto, comprovado. Empirismo por fato, eram mais de 42 mil pessoas provando aos milionários em campo que uma das motivações mais efetivas pra qualquer esportista (arrisco a dizer ser humano) é a paixão. E este foi o diferencial.
A maioria dos que estavam ali em campo sentem no dia a dia o que é ver os que estão na europa terem privilégios, estarem mais em foco mesmo não jogando nada, e serem convocados, pura e simplesmente porque estão em foco. Uma chance após ser convocado para a seleção, no Brasil, atuando em clubes do Brasil e é uma viagem de bom senso aos princípios das seleções vitoriosas. Ontem, ao se postarem ante dezenas de milhares de pessoas, e ouvirem o uníssono centro-avante, os jogadores da nossa seleção perceberam algo que não há na europa, o Brasil.
Parabéns à torcida, que compensou qualquer carretilha ou gol com apenas uma coisa.
O hino que faltava.