terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

"Xo jogar um pouquinho?" - O saudosismo e a vingança.


Me lembro como se fosse ontem de quando meu irmão vendeu secretamente nosso super nintendo ( sem meu pai saber e com  todo um esquema digno de Clyde já elaborado.). Diversas eram as vezes que o meu "Xo jogar um pouquinho?" transformava-se em lágrimas infantis remetendo ao declínio de um sonho perfeito (jogar um cassete - que deus louve a junção dos s's- de Zelda Majora's Mask). Como uma criança precocemente viciada em joguinhos de SNES, essa era a evolução mais genial do universo para mim. Então, como bom seguidor de meu teimosismo, não desisti dos variados "NÃO"s vociferados pelo meu irmão. Raras eram as vezes cujas quais o controle estava em minhas mãos, elas porém, muito bem aproveitadas. Foi então que o tempo se passou, dentre Zelda's, Mario's, Banjo Kazooei's, o console esvaiu-se, dando lugar ao mais novo membro da família e grande parceiro na adolescência de um jovem nerd -sem trocadilhos, pelo bem do humor- o playstation, seguido -gradualmente- do seu irmão mais novo, o 2.

Como já estava em minha adolescência, a frequência com que eu jogava o playstation - agora NOSSO - foi aumentada, e este foi o início da minha vingança digna de Clyde 2.0 . Aos poucos fui me apossando do console, até que um belo dia ele já estava numa maleta azul localizada na estante do meu quarto. Vitória? Ainda não. Não posso deixar de falar-vos que a jogatina também passou a diminuir, pois o sabor da vitória foi se esvaindo. Um dia conheci a minha namorada. Curitiba, 1.600 quilômetros de Brasília.

Já no lugar mais frio -pelo menos vivido por mim até hoje- do Brasil, a jogatina aumentou. Tirando o fato que minha sogra, no auge de seus 34 anos, e vício pelo jogo God of War devorava e zerava-os numa velocidade sobre humana, aumentou sim. Pouco. A mesma delirou quando trouxe comigo, após uma volta no centro da cidade, um DVD "emulador" que continha os antigos jogos de SNES Megadrive, entre outros.

Um dia antes da minha viagem de volta, avisei à sogra que o console teria de ficar por conta do excesso de bagagem -excedido na viagem de ida-, e por uma conciliação do destino, o meu playstation 2 ficou. Ganhei o iPod Touch, cujo a maioria de minha jogatina está contida hoje em dia, e larguei meu velho console temporariamente. Mesmo sabendo que estava ( e está, por sinal) sujeito às mais crescentes chances de uma quebra efetiva - casa com criança, meu amigo... - achei uma opção melhor do que pagar excesso de bagagem.

Voltei há quase três semanas, meu irmão voltou no domingo passado. Vendo uma reportagem sobre jogos de playstation 2 perguntou-me "Levou o playstation?", e eu sem alguma alteração emocional disse "Yeap..", ele com uma cara meio cítrica retrucou "Trouxe?" e eu com uma extrema vontade de rir "Nope, excesso de bagagem... deixei lá".

Logo antes de eu começar o primeiro parágrafo deste texto, ele veio aqui e me perguntou apontando para o iPod Touch: "Xo jogar um pouquinho?". Naquele momento vi flashes da minha infância e conclui que minha "vingança" estava feita. Cabeceei um afirmativo e comecei a escrever. 


Nunca rejeite um video game a um nerd. NUNCA 

2 comentários:

  1. HAhahahahhaahhaha Mano... Eu revivi alguns anos da minha vida agora. Minha Irmã sempre monopolizando o Mega Drive ou o Super Nintendo ou até mesmo o Computador. Os Milhares de "Não" que recebi vieram a tona quando li. E a frase final é verdadeira: "Nunca rejeite um video game a um nerd. NUNCA"

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  2. Alvin... Muito bom o texto, e a sua vingança posso dizer que foi tão efetiva quanto um ember do charmander em uma bulbasauro...

    Mas agora me tira uma dúvida... Onde encontro uma sogra dessas? uahuahahau

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Coisas para se saber antes de comentar:
1) Antes de me xingar, seja criativo para que minha leitura valha a pena.
2) Após me xingar verifique o HP de sua família.
3) Após verificar o HP de sua família, gaste muito SP chorando.