sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Coluninha: R10 na seleção? Ainda não.



Companheiros, o nível de exigência dos brasileiros tende a despencar como árvore no Norte.

A cada atuação da Seleção, o fracasso -cilindro de 22cm bisuntado de óleo e mirando os anais dos jogadores- se aproxima. Vá lá que nosso meio-campo é o melhor do mundo, longe disso, ainda longe. Falo o mesmo das laterais, e os amigos hão de concordar que Daniel Alves e Maicon ainda não gozam de suas habilidades notáveis. O brasileiro então, apaixonado e iludido garoto de 13 anos, inicia a busca por um suplente nestas posições, e as especulações esdrúxulas e divertidas começam, cada um quer um representante de seu time vestindo a amarela -mesmo que no banco. "Põe Boiadeiro!" "Zé Cajú", "Vaca Braba", "Ronaldinho!". Ronaldinho. Ronaldinho? Vejamos

Ronaldinho oscilava no Milan, quando, de alguma maneira (com condições decididas por um jantar grã-fino), chegou ao Urubu. No Urubu, porém, só mudou o fuso-horário, as boemías eram as mesmas. Ao ápice de sua parança, aos 40 minutos de um zero a zero contra um time que me foge a memória, Luxemburgo, inteligentemente o substituiu apenas para que o dentuço escutasse as vaias. Ouvir 20 mil torcedores te vaiando? Mole. Ouvir 20 mil flamenguistas te vaiando? Morte. Após este episódio surgiu o disque-dentuço. Mecanismo criado por um anônimo e exímio torcedor Urubu para que o torcedor que visse Ronaldinho na boate ligasse, e a informação chegaria à diretoria. 

Então tomou jeito, alguns dias depois começou a treinar feito um não-Romário e em sua atuação seguinte meteu dois. Hang Loose pra galera e o sorriso horrível que todo brasileiro -não-vascaíno/botafoguense/fluminense/são-paulino/palmeirense/etc etc. Em suma: flamenguista- gosta de ver. Daí pra frente o dentuço só deu motivos pra animar a torcida, assistências, jogo histórico contra o peixe, e outros fatores levantaram a dúvida à mente do brasileiro: é hora pra seleção? Não. Ronaldinho, o cabelo mais caro do Rio de Janeiro, ainda está amadurecendo. Precisa de mais confiança, precisa suar mais para que dê valor à camisa amarela e ao caminho árduo que o jogador percorre para conseguí-la. Claro que a CBF faz da seleção brasileira uma vitrine, e o senhoríssimo, mafiosíssimo, e, mais do que tudo, DIGNÍSSIMO Ricardo Pechincha já provou isso. E o que vem ao caso é: o meia de que o Brasil precisa está no Urubu, mas não é o dente-de-trem. Williams é seu nome,  e o garoto rouba bola feito corinthiano, foi o maior ladrão de bolas do campeonato ano passado e continua líder no quesito, tem garra, e corre feito o diabo. Já está mais do que na hora dele ter sua chance. 

Mas há um problema:  o brasileiro só nota meia-atacante. Volante é feito contra-regra, nunca aparece, mas é tão essencial quanto.

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